Décimo terceiro dia
Os quatro desejos do Sagrado Coração de Jesus
Há quatro chamas vivas que ardem continuamente no Coração de Jesus.
A primeira é o desejo que testemunhou a seus Apóstolos no dia da ceia, dizendo-lhes as seguintes palavras: "Desejo extremamente comer esta Páscoa convosco antes de padecer" (Lc 22,25). O que nos mostra com que ardor devemos aproximar-nos da Sagrada Mesa para receber o Pão celestial, que nunca receberemos com tanto desejo como Ele teve de no-lo dar. Porquanto parece que este adorável mistério era o centro de suas ações e que, tendo-o concluído, julgou haver tão venturosamente terminado o curso de sua vida que, depois desta grande obra-prima de amor, nada mais lhe restava a fazer, do que padecer e morrer por nós.
Eis o segundo desejo, cujo ardor este Coração insaciável em seus testemunhos de amor aos homens manifestou quando disse: "Eu devo ser batizado com um batismo; ah! muito me agrada que se realize" (Lc 12,59). O que era este batismo senão um batismo de sangue?
O Coração de Jesus considerava a Cruz como o altar no qual devia consumar o sacrifício de propiciação pelo resgate do mundo; eis porque suspirava por ela e a desejava com ânsia.
O ardor que o impeliu a sofrer, era efeito do terceiro desejo ainda mais violento do que aquela sede abrasadora da salvação das almas, que o fez dizer no extremo de suas dores: "Sitios, tenho sede!" Ó Coração de Jesus! Que sede abrasadora é esta que vos devora e faz desfalecer? Inflama-me o desejo de vossa salvação, de vosso repouso, de vossa santificação e eterna felicidade.
O quarto, porém, e o maior de todos os seus desejos era glorificar seu Pai e fazê-lo reinar pelo amor no coração dos homens. "Eu vim trazer fogo à terra, e o que desejo senão que se acenda?" (Lc, 12,49).
"Eis quais eram os santos ardores do Coração de Jesus; eis o exemplo que seguiram todos os Santos, eis o fogo que aquece, queima e incendeia o Coração dEle" (Nouet.) Vão à Sagrada Comunhão com indizível fome, como Santa Catarina de Gênova, que vendo a Santa Hóstia nas mãos do Sacerdote, exclamava: "Depressa, depressa, trazei-me o pão da vida!" Desejam sofrer, para serem semelhantes a Cristo. Santo André, avistando a cruz que lhe era destinada, exclamava transportado de alegria: "Ó boa cruz, há tanto tempo desejada, tão ternamente amada; cruz procurada sem descanso, e agora enfim preparada para os fervorosos anelos de minha alma, eu te saúdo!" Somente a glória de Deus lhes interessa, e para promovê-la se esquecem de si próprios, tomando por máxima a divisa de Santo Inácio: "Ad majorem Dei gloriam: para a maior glória de Deus".
O zelo da salvação das almas a tal ponto os instiga que à vista das penas e trabalhos que hão de sofrer, em lugar de desanimarem exclamam como São Francisco Xavier: "Ainda mais, Senhor, mais ainda!" Ou como uma grande alma do século XIX: "Oh! como é triste ver tantas almas resgatadas pelo sangue de Deus precipitarem-se no inferno rindo-se, como loucos que saltam do alto de elevada torre! Para dizer a verdade, para mim outra pena não existe, depois da dos próprios pecados".
Quão longe estamos destes generosos sentimentos! Quão pouco fervor temos pela Santa Comunhão, quão pesada nos parece a Cruz! Quão pouco nos interessa a salvação de nos-sos irmãos e a glória de Deus! Ó Coração de Jesus! Quanto amor me tendes, e quão frio é para Vós meu coração! Mudai-o, Vós o quereis e o podeis.
Prática
Ajudai Jesus Cristo a satisfazer a sede ardente da salvação das almas, que o devora.
Oração jaculatória
Ó amor do Coração de Jesus, que ardeis sempre e sem nunca vos extinguirdes, acendei-vos em meu coração. O amor qui semper ardes et nunquam extingueris accende-me (S. Agostinho).
3 vezes:
Divino Coração de Jesus, tende piedade de nós. Coração Imaculado de Maria, rogai por nós.
Fonte: Arquivo em PDF enviado por e-mail pelo Grupo São Domingos de Gusmão
Mês de Junho – Meditações (Mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus)
Fotografia: Fratres in Unum
Mês de Junho – Meditações (Mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus)
Fotografia: Fratres in Unum
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