terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Santo Romualdo, Abade.

07/ 02 Terça-feira 
Festa de Terceira Classe 
Paramentos Brancos
(+ Val del Castro, Itália, 1027)

Ravenna é a cidade, onde nasceu, em 956, descendente de nobre família dos duques de Onesti, Romualdo. Pais sem religião, como foram os de Romualdo, nenhuma educação deram ao filho que, entregue à própria vontade, pode gozar de toda a liberdade, até a idade de 20 anos. Vivendo segundo os princípios do mundo, faltavam-lhe aspirações superiores e os dias corriam-lhe alegres, entre os exercícios de esportes. Oração, audição da palavra de Deus, leitura de bons livros, exercícios espirituais não eram de seu gosto; antes pelo contrário, o aborreciam. Deus, porém, abriu-lhe os olhos, por um fato que muito o impressionou. O pai, Sérgio, em duelo, na presença de Romualdo, matou um dos melhores amigos, cena a que Romualdo teve de assistir. 

O resultado foi Romualdo retirar-se para o convento beneditino em Classis, com a intenção de, no sossego do claustro achar a tranqüilidade do espírito. Foi a primeira vez na vida que fez exercícios de piedade. Um dos religiosos, que mais se interessava pela salvação do jovem conde, sugeriu a idéia de abandonar o mundo e tomar o hábito da Ordem. Romualdo, porém, não se mostrou disposto a seguir este conselho. Só depois de uma aparição que teve, de Santo Apolinário, padroeiro do convento, resolveu dedicar-se ao serviço de Deus, na Ordem de São Bento. Tal foi o seu zelo e dedicação, que em pouco tempo chegou a ser um religioso modelo. O rigor e a pontualidade com que observava a regra da Ordem, no meio dos próprios religiosos, provocaram indisposição e animosidade tão fortes contra Romualdo, que este achou indicado, como medida de prudência, sair do convento. Com licença do Superior, procurou o eremita Marinho, em cuja companhia continuou as práticas da vida religiosa. 

Este exemplo abriu também a alguns amigos o caminho para a vida monástica. O próprio pai de Romualdo fez-se religioso e entrou num Convento. Se bem que lutasse com muitas dificuldades e mais de uma vez estivesse a ponto de voltar para o século, a palavra e a oração do filho fizeram-no com que perseverasse no serviço de Deus. 

Romualdo voltou para o convento de Classis, onde tinha feito o noviciado. Deus permitiu que fosse provado pelas mais fortes tentações contra a virtude da pureza, contra a vida religiosa e contra a fé. Parecia-lhe quase impossível continuar na vocação. O remédio e a salvação em tão duro transe foi a oração. No meio da sua atribuição se dirigiu a Jesus Cristo, e com a alma angustiada, perguntou ao Salvador: “Jesus, por que me abandonastes? Entregaste-me inteiramente ao poder do inimigo?” 

Como o Patriarca Jacó, viu ele em sonho uma misteriosa escada, que se apoiava na terra e cuja extremidade tocava no céu. Religiosos de hábito branco subiam e desciam por ela. 

A grande obra para a qual Deus tinha chamado seu servo e que este, apesar de muitas dificuldades interiores e exteriores, com ótimo resultado realizou, foi a reforma da disciplina monástica. O convento mais célebre fundado por Romualdo foi o de Camaldoli, em Toscana, que deu à Ordem toda o nome de Ordem dos Camaldulenses.

Extraordinário era em Romualdo o espírito de penitência, sendo-lhe a vida um constante jejum, uma mortificação ininterrupta. “Como me confunde a vida dos Santos! Contemplando-a, queria morrer de vergonha”, ouviu-se o Santo muitas vezes dizer. Já no fim da vida, disse a um religioso de sua confiança: “Vai para vinte anos, que estou me preparando para a morte; quanto mais faço, tanto mais me convenço de que não sou digno de comparecer na presença de Deus”. Romualdo morreu em 1027. O túmulo tornou-se-lhe glorioso, pela multidão de milagres, que Deus obrou pela intercessão do Santo. Quando, cinco anos depois do seu trânsito, abriram o túmulo de Romualdo, o corpo foi encontrado intacto, sem sinal algum de decomposição. O mesmo espetáculo se repetiu 440 anos depois. Romualdo foi canonizado por Clemente VIII, em 1569. 



Leitura da Epístola

Eclesiástico 45, 1-6 
1. Moisés foi amado por Deus e pelos homens: sua memória é abençoada.
2.O Senhor deu-lhe uma glória semelhante à dos santos; tornou-se poderoso e temido por seus inimigos.3.Glorificou-o na presença dos reis, prescreveu-lhe suas ordens diante do seu povo, e mostrou-lhe a sua glória. 
4. Santificou-o pela sua fé e mansidão, escolheu-o entre todos os homens. 
5. Pois (Deus) atendeu-o, ouviu sua voz e o introduziu na nuvem.6. Deu-lhe seus preceitos perante (seu povo) e a lei da vida e da ciência, para ensinar a Jacó sua aliança e a Israel seus decreto. 

Sequência do Santo Evangelho

São Mateus, 19, 27- 29 
27. Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28. Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29. E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.



Ilustração: Saint Romuald (detail of Crucifixion and Saints), Fresco, 550 x 950 cm (full fresco), Convento di San Marco, Florence  - Author: Fra Angelico - Date: 1441-42    

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