quinta-feira, 23 de novembro de 2017

São Clemente I, Papa e Mártir

Martírio do Papa Clemente I, pintura de Bernardino Fungai


São Clemente I Papa Igreja (89-97), também conhecido como Clemente Romano (em latim, Clemens Romanus), nascido em Roma, nos arredores do Coliseu, de família hebraica, foi um dos primeiros a receber o batismo de São Pedro. Autor da carta endereçada à Igreja de Corinto pela Igreja de Roma uns do primeiro documento de literatura cristã, e que chegou até nós; sua carta importantíssima para os reconciliar na paz, renovar a sua fé e anunciar a tradição, que há pouco tempo tinha recebido dos Apóstolos". Portanto, poderíamos dizer que esta carta constitui o primeiro exercício do Primado romano depois da morte de São Pedro.Carta a Igreja de Corinto, contra as prática cometidas no templo de Artemis, que se havia tornado um centro de degradação moral. Essa carta rezava uma convincente censura à decadência desta Igreja, devida sobretudo afastamento da Tradição, às lutas e invejas entre os fiéis, estabelecia normas precisas referentes à ordem eclesiástica hierárquica (bispos, presbíteros, diáconos) e ao primado da Igreja de Roma. Afirmava também a superioridade do Pontífice Romano, sucessor de São Pedro, com relação às outras Sés apostólicas.No seu pontificado ocorreu a segunda perseguição aos cristãos e ele foi preso no reinado de Trajano (Marcus Ulpius Nerva Traianus). Condenado a trabalhos forçados nas minas de cobre de Galípoli, converteu muitos presos e por isso foi atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço, tornando-se mais um mártir dos princípios da Cristandade. Papa de número 4, morreu em Galípoli, e foi sucedido por Santo Evaristo (98-107).

O Papa São Clemente I escreveu três cartas aos Coríntios. Segue abaixo alguns trechos finais da Terceira Carta:

JUSTIFICAÇÃO E JUÍZO FINAL

XV. Quem salva e quem é salvo Pois bem: não creio que haja dado nenhum conselho depreciado a respeito da continência; não me arrependo do que escrevi, pois quis salvar a outro e a mim, seu conselheiro. Porque é uma grande recompensa aconselhar uma alma extraviada, próxima do perecimento, para que possa ser salva. Esta é a recompensa que podemos dar a Deus, que nos criou, se o que fala e escuta, por sua vez, fala e escuta com fé e amor. Portanto, permaneçamos nas coisas que cremos, na justiça e santidade, para que possamos, com confiança, pedir a Deus que diz: "Quando ainda estás falando, eis que estou aqui contigo", porque estas palavras são a garantia de uma grande promessa, pois o Senhor diz de si mesmo que está mais disposto a dar do que pedir. Percebendo, pois,que somos participantes de uma bondade tão grande, não andemos remisso s em obter tantas coisas boas, porque, assim como é grande o prazer que proporcionam estas palavras aos que as escutam, assim será também a condenação que acarretam sobre si mesmos aqueles que as desobedecem.

XVI. Preparação para o dia do julgamento Portanto, irmãos, sendo assim que a oportunidade que temos para o arrependimento não tem sido pequena, já que tivemos tempo para ela, voltemo-nos para Deus, que nos chamou, enquanto temos Alguém para nos receber. Porque, se nos desprendermos destes gozos e vencer a nossa alma, recusando as concupiscências, seremos partícipes da misericórdia de Jesus. Sabeis que o dia do juízo vem chegando, "como um forno aceso, os poderes dos céus se dissolveram", e toda a terra se derreterá como o chumbo levado ao fogo, e então se descobrirá os segredos das obras ocultas dos homens. A esmola é coisa boa para se arrepender do pecado; o jejum é melhor que a oração, mas a esmola é melhor que estes dois. O amor cobrirá uma multidão de pecados, porém a oração feita em boa consciência livrará da morte. Bem- aventurado o homem que tiver abundância destas coisas, porque a esmola quitará o peso do pecado.

XVII. Arrependamo-nos, pois, de todo coração, para que nenhum de nós pereça durante o caminho, pois se recebemos um mandamento de que devemos também nos ocupar disto, afastando os homens de seus ídolos e instruí-los, como é péssimo que uma alma que conhece a Deus venha a perecer! Assim, ajudemo-nos uns aos outros, de modo que possamos guiar o débil até o alto, abraçando o que for bom, a fim de que todos possam ser salvos; e convertamo-nos e admoestamo-nos uns aos outros. E não pensemos em atentar e crer somente agora, quando estamos sendo admoestados pelos presbíteros, mas também quando partirmos para as nossas casas, recordemos os mandamentos do Senhor e não permitamos ser arrastados para outro caminho por nossos desejos mundanos. Assim mesmo, venhamos aqui com mais frequência e esforcemo-nos em progredir nos mandamentos do Senhor, para que, unânimes, possamos ser reunidos para a vida, pois o Senhor disse: "Venho para reunir todas as nações, tribos e línguas". Ao dizer isto, fala do dia da sua aparição, quando vier nos redimir, a cada segundo as suas obras. E os não crentes verão a Sua glória e o Seu poder, e cairão assombrados ao ver o reino do mundo ser entregue a Jesus; então dirão: "Ai de nós, porque Tu eras e nós não te conhecíamos e não críamos em Ti; e não obedecemos aos presbíteros quando nos falaram da nossa salvação". E "os vermes não morrerão e seu fogo não se apagará, e servirão de exemplo para toda a carne". Está dito do dia do juízo, que os homens verão aqueles que, entre vós, viveram vidas ímpias e tiveram obras falsas quanto a os mandamentos de Jesus Cristo. Porém, os justos, tendo boas obras e sofrido tormentos, bem como aborrecido os prazeres da alma, quando contemplarem aos que têm obras más e negaram a Jesus com suas palavras e sofrido tormentos, bem como aborrecido os prazeres da alma, quando contemplarem aos que têm obras más e negaram a Jesus com suas palavras e atos, sendo castigados com penosos tormentos e um fogo inextinguível, darão glória a Deus, dizendo: "Há esperança para Aquele que serviu a Deus de todo coração". "Combati o bom combate, terminei a corrida, mantive a fé." (II. Tim. 4,7).


Fonte: Escravas de Maria

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