domingo, 26 de setembro de 2021
São Cosme e São Damião, Mártires
sábado, 4 de setembro de 2021
En defensa de la tradición - Parte 1
La Iglesia no comenzó en el concilio vaticano II, combatir su pasado es un tremendo error. En defensa de la tradición nos dedicamos a demostrar el terrible daño que ha producido el abandono de la tradición de la Iglesia. Más aún, comprobamos que la tradición de la Santa Iglesia Católica es la verdad que Cristo confió a los hombres.
segunda-feira, 19 de julho de 2021
Bravura Católica
A quase 30km de Paris está a igreja de Saint-Louis, localizada em Port-Marly, na França. A igreja é dedicada a São Luís, Rei da França.
Esta pequena comunidade católica permaneceu fiel à Doutrina e à Liturgia tradicional da Igreja, apascentadas pelo Rev. Cônego Gaston Roussel.
O Cônego Roussel faleceu em 1985 e no ano seguinte, o Bispo de Versailles, Louis-Paul-Armand Simonneaux, nomeou um novo sacerdote, com ordens de rezar Missa Nova.
A chegada do novo padre imediatamente dividiu a paróquia, com a maioria de seus membros rejeitando a escolha do Bispo e insistindo que a Missa antiga fosse mantida.
Em novembro, os tradicionalistas, que haviam convidado o monge beneditino, Pe. Bruno de Blignieres, para ser seu pastor, ocuparam a igreja e barraram o novo padre.
Em 30 de março de 1987 a igreja foi invadida por 50 policiais, a pedido da diocese, empunhando bastões de choque. O Padre Bruno estava rezando a missa quando foi tirado do altar pelas forças policiais. Homens, mulheres, idosos e crianças foram arrastados para fora da igreja pelos policiais. Em seguida, a pedido do bispo, colocaram barricadas de blocos de concreto nos lugares que davam acesso ao interior da igreja, para impedir que os fieis ocupassem o local novamente.
No Domingo de Ramos de 1987, os fiéis assistiram a Santa Missa, rezada em frente da Igreja e em seguida, de modo solene, abriram novamente a Casa de Deus, com bravura, derrubando o bloco de concreto que havia diante da porta.
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Algumas Considerações Sobre a Cidade do Demônio
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A CIDADE DO DEMÔNIO
Nos ambientes paganizados de nossos dias, quando a crença em Deus ainda costuma ser encarada como um elemento indispensável da religião, outro tanto normalmente não se dá com a crença na existência do demônio, ou na ação pessoal do príncipe das trevas, que é tida como uma superstição medieval, já completamente ultrapassada. O dogma do inferno, ligado à manifestação dos espíritos maus, quando não é diretamente combatido, costuma simplesmente ser deixado em silencio.
Eis-nos diante de uma espiritualidade incompleta, deformada, que nos apresenta uma autêntica caricatura da realidade não somente sobrenatural, mas até mesmo natural. Com efeito, se fizermos abstração do demônio, não acharemos explicação nem para a Queda, nem para a Redenção, nem para a existência da Igreja, nem, portanto, para toda a História da humanidade.
Velha manha do pai da mentira
“Sim, hei de esconder-me e em lugar onde não me encontrem". Eis uma das revelações que o demônio, na noite de 7 para 8 de fevereiro de 1923, fez à Irmã Josefa Menendez, Religiosa da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, falecida em odor de santidade. Continua, portanto, de pé a observação de Baudelaire, tão explorada para efeitos literários, mas tão desprezada na realidade prática, segundo a qual "a pior manha do diabo é fazer acreditar que não mais existe". É muito de se louvar, por conseguinte, nesta hora do poder das trevas, mas em que o demônio toma as feições caricatas de um Mefistófeles de ópera bufa, o aparecimento de estudos sobre a ação diabólica no mundo, como estes que nos acaba de chegar às mãos:
"Satan dans la Cité", de autoria de Marcel de la Bigne de Villeneuve, Les Editions du Cèdre, 13, rue Mazarine, Paris.
Introduzindo o mal na Criação pelo seu orgulho e pela sua rebeldia, Lúcifer é o espírito fundamentalmente, enraizadamente negador, por oposição ao Bem, ao Existente, à Ordem impressa por Deus em todo o criado. Anjo das trevas, é o negador da luz que o Plano Divino encerra. De modo que não pode ter uma ideia clara e precisa dos caminhos de Deus, quem não leva em conta esse elemento perturbador, que é o que dá a característica de luta e de heroísmo à vida do homem sobre a terra.
A ação diabólica em nossos dias
Aí está porque nos interessa, no mais alto grau, conhecer o modo de agir do pai da mentira. E o aspeto capital deste pequeno livro é justamente o estudo da ação do príncipe deste mundo enquanto ela se dissimula sob a figura de pessoas morais, ou de instituições. Agindo sobre as inteligências e sobre as vontades, e assumindo as mais variadas formas em sua atividade infernal, porque o demônio haveria de desprezar esses tremendos instrumentos para a sua obra maléfica que são as instituições políticas, as sociedades secretas, os vários agrupamentos humanos que ditam as leis, o teor de vida e os costumes, que manipulam os processos modernos de propaganda, através dos quais pode inocular seu espírito perverso na sociedade humana em proporções nunca vistas? "É uma atitude que convém muito bem à sua alta inteligência, a utilização do gregarismo moderno para seus fins, e eis o diabolismo bem ao nível desse famoso progresso da ciência pelo qual se pretendia assegurar sua desaparição. Em lugar de proceder como um pequeno artesão, Lúcifer age presentemente como um grande industrial e prossegue em sua tarefa infernal em série, através dos mais aperfeiçoados instrumentos" (pag. 68).
Eis o que parece distinguir a época atual, que apresenta caracteres próprios de satanismo, que a diferenciam de outras quadras da historia da humanidade.
Com efeito, indaga o autor, que foi que mudou para provocar semelhante transbordamento do inferno sobre a terra? "O que mudou, é que em lugar de serem concebidas, como eram, apesar de suas imperfeições, ao tempo em que a filosofia do Evangelho governava os Estados, para refrear a malicia eterna dos homens, as instituições são atualmente concebidas para a excitar, para a exaltar; é que em lugar de remediar tanto quanto possam as faltas e os pecados das sociedades, elas os multiplicam e lhes agravam as consequências. E isto porque Satã nelas encontrou acesso, porque nelas se insinuou, incorporado em seu espírito ou mesmo em sua letra, porque ele colocou, sob as mais variadas formas, o Mal na raiz das instituições, apresentando-o como o Bem, fazendo acreditar ser ele o Bem, fantasiando a Desordem com as cores da Ordem e o Falso com os aspetos do Verdadeiro" (pag. 76).
A arma do igualitarismo
Ora, da Ordem existente na Criação, decorre uma hierarquia de valores também desejada por Deus, não somente no Céu, mas também na terra. De fato, os "homens e os anjos formam juntamente uma sociedade; de sorte que adequadamente se diga que as cidades, isto é, as companhias, não são quatro, a saber: duas de anjos e outras duas de homens, senão somente duas, fundadas uma nos bons e outra nos maus, não somente entre os anjos, mas também entre os homens" (Cidade de Deus, livro 12, cap. 1.o).
Pai do naturalismo e do liberalismo, por querer prescindir de Deus, em sua revolta contra a obra hierárquica da Criação, o demônio haveria de usar de modo predileto a terrível arma do igualitarismo, com que dentro da Cristandade alimentou gradativamente a restauração do paganismo religioso, do paganismo filosófico, do paganismo político. E, como coroamento de seu plano sinistro, se acha o mundo na véspera da última dessas restaurações, que é a restauração do paganismo socialista, que será o ponto de convergência de todas as conquistas revolucionarias destes últimos séculos.
Não será, assim, muito difícil entrever o aspecto unitário dessa trama daquele "que seduz todo o mundo" (Apoc. 12, 9) no sentido de colocar sob suas cadeias toda a sociedade humana, se conseguirmos vislumbrar o ciclópico funil em que se vão concentrar as variadas obras das diferentes instituições políticas e sociais que se espalham pelos quatro pontos cardeais. Isto se nota não somente pela evocação dos horrores dos campos de concentração da Alemanha nazista e da Rússia soviética, mas também nos demais processos não menos diabólicos porque o mundo caminha para o totalitarismo por vias "legais" e pacíficas. Eis um dos pontos em que não acompanhamos o autor, que deixa de perceber toda a malícia demoníaca do fascismo mesmo na fase em que o Duce ainda não se decidira a "se tornar um macaco de Hitler". O fascismo não passou de um dos disfarces do socialismo, de que também temos exemplo nos processos do trabalhismo fabiano, e no maquiavelismo que encobre a política social e econômica dos chamados países democráticos
A hora do príncipe das trevas
Estamos diante de um cerco sem precedentes na história do Ocidente cristão
"A luta entre os bons e os maus, diz o Santo Padre Pio XII, cujos costumes e ações em contínuos embates formam o entrechoque da história do gênero humano, raramente, e quem sabe se nunca, foi mais violenta do que em nossos dias" (Exortação aos Bispos de todo o mundo). Eis a tremenda realidade que os próprio católicos procuram afastar de suas cogitações e de que o autor de "Satan dans la Cité" nos dá o seguinte e impressionante quadro:
"Ah ! Se nós pudéssemos romper o invólucro das coisas! Se tivéssemos a clarividência sobrenatural da Serva de Deus Catarina Emmerich que, em suas visões da Paixão, discernia, sob formas palpáveis, os espíritos infernais que saiam dos corpos dos atores e das testemunhas do sombrio drama e que excitavam os verdugos em sua feroz tarefa! — Que pavor sentiríamos vendo enxames de demônios a saírem dos textos das Declarações dos Direitos do Homem e das Constituições heréticas ou ateias que nos regem e que nós de modo imbecil julgamos capazes de salvaguardar nossos direitos, de artigos de leis infames, de propósitos mentirosos de políticos, de cartazes e urnas eleitorais, a infestarem em massa as assembleias parlamentares, as Conferências Internacionais, a formigarem entre nossos próprios companheiros de armas, nossos supostos defensores e seus chefes, a perverterem, a aviltarem, a embrutecerem de mil modos os espíritos e as almas de nossos contemporâneos e os levarem, estimulando sua miserável vaidade, para os caminhos da perdição que terminam nas discórdias civis, nas dissensões, nas guerras e nos massacres! Que terror justificado nos avassalaria ao ouvirmos a legião infernal repetir sobre todos os pontos do globo e quase até a cada um de nós o "Si cadens adoraveris me...", e obter de fato a homenagem desta era de castigo e de furor de que a vidente de Dulmen colocava o início "cinquenta ou sessenta anos antes do ano dois mil", data na qual o selo do abismo deveria ser rompido e Satanás em pessoa haveria de quebrar as cadeias e se lançar sobre o universo! (pag. 180).
https://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0017/P06-07.html
sábado, 27 de março de 2021
27 de Março – São Ruperto Bispo, Confessor
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Fonte: IPCO
Ilustração: Vitral dedicado a São Ruperto, em 1529, de autor anônimo | Domínio Público
terça-feira, 16 de março de 2021
A Terceira Guerra Guerra
segunda-feira, 15 de março de 2021
Jesus em agonia por ti
O JUÍZO PARTICULAR
_ Desta vez meus inimigos estão bem liquidados!
_ Devagar! Ainda ficou um deles: o mais forte! – disse-lhe um bom sujeito.
_ Quem é?
_ É Deus. Tu, que és um assassino, não tens afinal Deus por inimigo? E desse inimigo, que é onipotente, não poderás fugir. Quando menos pensares nisso, Ele mandará o seu meirinho que é a morte, e esta levar-te-á ao seu tribunal, onde serás julgado.
Essas palavras abalaram o assassino, que se reconciliou com Deus mediante uma boa confissão; depois foi apresentar-se ao juiz terreno a fim de pagar o seu crime antes de comparecer ao Juiz eterno.
***
Queira Deus que a meditação do Juízo dê um abalo também em vós. Perante o tribunal de Jesus Cristo devemos todos comparecer para dar contas do que fizemos em vida, assim de bem como de mal: Omnes nos manifestari oportet ante tribunal Christi, ut referat unusquisque prout gessit, sive bonum sive malum (2 Cor 5,10).
Consideremos:
1 – O comparecimento de um pecador no Tribunal de Deus;
2 – O processo;
3 – A Condenação.
***
1 – O Comparecimento
1.1 – O Pensamento
“Está estabelecido que morram os homens uma vez; e depois disso o Juízo: Statutum est hominibus, semel mori; post hoc autem Judicium” (Hebr 9,27). Morrer não é nada: o que apavora é o que virá logo depois da morte, isto é, o Juízo.
Ao pensar nisso até os santos tremiam.
São Jerônimo – S. Jerônimo (+420) morava numa gruta no deserto, onde fazia grandes penitências; no entanto, quando pensava no Juízo, sentia gelar o sangue, e olhava apavorado em torno de si, pois lhe parecia que até as pedras o acusassem perante o divino Juiz.
São Cipriano – S. Cipriano, bispo de Cartago e mártir (+258), até entre jejuns e orações exclamava: “Ai de mim, quando for chamado a Juízo!”
Se assim temiam o Juízo os Santos, como o não deverá temer um pecador?
1.2 – A visita do Juiz
Assim que a alma tiver saído do corpo, achar-se-á diante de Jesus Cristo Juiz, sozinha, sem parentes, sem amigos, sem companheiros. Verá, então, subitamente como num espelho, todo o bem e o mal que tiver feito, pois o Senhor iluminá-la-á com a sua luz divina: Iluminabit abscôndita tenebrarum et manifestabit concilia cordium (1 Cor 4,5).
Que dirá e fará um pobre pecador diante disso? Ver pela primeira vez Jesus e vê-Lo indignado! Que terror ao achar-se diante de um Deus que sabe tudo, que vê tudo, até os pensamentos! “Ele descobre e revela as coisas mais ocultas, e conhece o que está nas trevas (Dan 2,22). Ele é o Senhor do Céu e da terra, e pode fazer tudo. Ele é Majestade tremenda. Ele é o Juiz severíssimo que julgará segundo as obras de cada qual (Ez 7,8). Ele julgará todos os atos por um! (Ecl 12,14); e também as menores coisas e até as palavras ociosas (Mt 12,36).
Quem poderá olhar de frente a esse Juiz? Quis stabit ad videndum eum? (Mal 3,2).
O sonho de um jovem – S. Vicente Ferrer conta de um jovem de má vida, que uma noite sonhou achar-se perante o Tribunal de Deus a fim de ser julgado. Ao ver pela primeira vez Jesus Cristo indignado contra ele e ao ouvir que ele pedia contas de toda a sua vida, foi tomado cabelos brancos.
Se o Juízo experimentado apenas em sonho mete tanto medo, que será depois na realidade?
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(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino - Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempi)
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Fonte: Mosteiro da Santa Cruz
15/03 – São Clemente Maria Hofbauer, Confessor
sábado, 13 de março de 2021
13/03 – Santos Rodrigo e Salomão, mártires
sexta-feira, 12 de março de 2021
12/03 – Santo Inocêncio I, Papa e Confessor
Fonte: IPCO
quarta-feira, 10 de março de 2021
Em Defesa dos Fiéis que frequentam a Igreja dos Polacos
Em defesa dos fiéis que frequentam a Igreja dos Polacos

“Nenhuma dessas três formas de governo, de per si, solucionaria os problemas do mundo atual, porque essas formas de governo seriam remédios políticos, enquanto a crise atual é religiosa e moral. Só um remédio religioso e moral pode resolver a atual crise do mundo. Só a Igreja Católica pode salvar o mundo, hoje. Só um Papa santo pode curar as chagas do mundo contemporâneo.” Portanto, rezemos pelo Papa, rezemos pela Igreja!
“No momento presente, se finalmente se acalmou o embate bélico dos povos, todavia ainda não reina a justa paz, nem a veem os homens consolidar-se num entendimento fraterno; circulam, com efeito, germes latentes de discórdia, que de vez em quando irrompem ameaçadoramente, e mantêm os ânimos em ansiosa trepidação, tanto mais quanto as espantosas armas, ora descobertas pelo engenho humano, são de tamanha expressão, que podem arrasar e submergir no extermínio universal não só os vencidos, mas também os vencedores e a humanidade inteira.Mas, se com ânimo pensativo examinamos as causas de tantos perigos, presentes e futuros, facilmente vemos que as decisões, as forças e as instituições dos homens são inevitavelmente destinadas a falhar sempre que ou é descurada, ou não é colocada no seu justo lugar, ou é positivamente suprimida a autoridade de Deus – que ilumina as mentes com os seus mandamentos e as suas proibições, e que é princípio e garantia da justiça, fonte da verdade e fundamento das leis. Toda casa que não se apóia numa base sólida e segura rui; toda inteligência que não é iluminada pela luz de Deus afasta-se mais ou menos da plenitude da verdade; surgem as discórdias, aumentam, avolumam-se, se a caridade fraterna não afervora os cidadãos, os povos e as nações.Ora, só a religião cristã ensina essa verdade plena, essa justiça perfeita e essa caridade divina que elimina ódios, animosidades e lutas; de fato, só ela as recebeu em custódia, do divino Redentor, caminho, verdade e vida (cf. Jo 14, 6), e com todas as forças deve fazê-las pôr em prática. Não há dúvida, então, de que aqueles que querem deliberadamente ignorar a religião cristã e a Igreja católica, ou que se esforçam por lhes opor obstáculos, por desconhecê-las, por submetê-las, enfraquecem com isso as bases da sociedade, ou as substituem por outras que absolutamente não podem sustentar o edifício da dignidade, liberdade e bem-estar humanos.Necessário é, portanto, voltar aos preceitos do cristianismo, se se quiser formar uma sociedade sólida, justa e equitativa. É prejudicial, é imprudente entrar em conflito com a religião cristã, cuja duração perene é garantida por Deus e provada pela história. Reflita-se em que um estado, sem a religião, não pode ter nem retidão moral nem ordem. A religião é que faz com que as almas sejam formadas na justiça, na caridade, na obediência às leis justas; ela condena e proscreve o vício; induz os cidadãos à virtude; antes, rege-lhes e regula-lhes a conduta pública e privada; ensina que a melhor distribuição da riqueza não se obtém pela violência e pela revolução, mas mediante normas justas, de modo que o proletário que ainda não tenha os meios de vida necessários e oportunos pode ser elevado a uma condição mais decorosa, com feliz solução para as dissensões sociais; desse modo ela traz um eficaz contributo à boa ordem e à justiça, se bem que não tenha sido instituída unicamente para proporcionar e aumentar as comodidades da vida.Tornando, pois, a pensar em tais coisas com aquela disposição de ânimo que nos coloca acima das disputas humanas, e que nos faz amar paternalmente os povos de todas as raças, duas coisas se nos antolham e nos proporcionam intensas angústias e preocupações. De fato, de um lado vemos que em não poucos países os preceitos cristãos e a religião católica não são tidos na necessária consideração. Turbas de cidadãos, especialmente do povo menos instruído, com facilidade são atraídas por erros amplamente divulgados e, não raro, revestidos da aparência da verdade; as lisonjas e os incentivos do vício, que com influxos nefastos perturbam os ânimos, por meio de publicações de todo gênero, de espetáculos cinematográficos e de televisão corrompem especialmente a juventude incauta. Muitos escrevem e difundem as suas obras não para servirem à verdade e à virtude, e nem para proporcionarem um justo passatempo aos leitores, mas sim para, com objetivo de lucro, lhes excitarem as turvas paixões; ou para ofender e enlamear com mentiras, calúnias e ofensas tudo aquilo que é sagrado, nobre e belo. Muitas vezes - é doloroso dizê-lo - a verdade é deturpada; e dá-se público relevo a coisas falsas e vergonhosas. Não há, pois, quem não veja quanto mal daí promane para a própria sociedade, e quanto dano para a Igreja.Por outro lado, com suma dor do nosso coração de Pai vemos que a Igreja católica, de rito quer latino quer oriental, em não poucas nações é oprimida por graves vexames; põem-se os fiéis e os ministros do culto, senão com palavras, certamente com os fatos, em face deste dilema: ou abster-se de professar e difundir publicamente a sua fé, ou sofrer danos, mesmo graves. Muitos bispos já foram expulsos da sua Sé ou impedidos de exercer livremente o ministério, ou aprisionados, ou mandados para o exílio. Numa palavra, tenta-se temerariamente fazer verificar o dito: "Ferirei o pastor e o rebanho será dispersado" (Mt 26, 31; cf. Zc 13, 7).Além disso, os jornais, as revistas, as publicações católicas são quase totalmente silenciadas, como se a verdade fosse domínio e arbítrio exclusivo de quem manda, e como se as ciências divinas e humanas e as artes liberais não tivessem o direito de ser livres, para poderem florescer em proveito do bem público.As escolas, outrora abertas pelos católicos, são vedadas e abolidas; no lugar delas foram instituídas outras, que ou absolutamente não ministram as noções de Deus e da religião, ou proclamam e difundem as máximas do ateísmo, coisa que sucede frequentemente.Os missionários, que, tendo abandonado sua casa e a doce terra natal, haviam suportado graves e numerosos incômodos para propiciarem aos outros a luz e a força do evangelho, têm sido expulsos de muitos lugares, como indivíduos nocivos e perigosos; destarte, o clero que fica, desigual em número em confronto com a extensão territorial, e não raro mal visto e perseguido, não pode prover às exigências dos fiéis.Com dor vemos que às vezes são espezinhados os direitos da Igreja, só à qual compete, sob o mandato da Santa Sé, escolher e consagrar os Bispos destinados a governarem legitimamente o rebanho cristão; e isso sucede com grande dano para os fiéis, como se a Igreja católica fosse coisa interna de uma só nação, dependente da autoridade civil, e não uma instituição divina, e destinada a acolher todos os povos.Malgrado essas graves e dolorosas angústias, há todavia alguma coisa que dá grande conforto ao nosso coração de Pai. Sabemos, com efeito, que a maior parte dos fiéis de rito latino e oriental permanecem, com todas as forças, apegados a fé avoenga, conquanto estejam privados daqueles auxílios espirituais que os seus pastores poderiam administrar-lhes se de tal não estivessem impedidos. Continuem eles, pois, com coragem, e tornem a pôr a sua esperança naquele que conhece o pranto e os sofrimentos dos que "sofrem perseguição por amor da justiça" (Mt 5, 10); Ele "não faz tardar demais a sua promessa" (2 Pd 3, 9), mas consolará seus filhos com justo prêmio.”