quarta-feira, 10 de março de 2021

Em Defesa dos Fiéis que frequentam a Igreja dos Polacos


Essas pessoas estavam ajoelhadas do lado de fora da Igreja porque elas não puderam entrar para assistir a missa, já que foi reduzido, por decreto, o número de pessoas em culto religioso. Mas elas assistiram a missa do lado de fora e o padre deu a Eucaristia para elas. Perceba que essas pessoas se ajoelharam depois que receberam a Sagrada Comunhão. Esse ato somente um católico é capaz de compreender. Mas o fato é que esse jornal publicou uma matéria muito medíocre, dando a entender que essas pessoas estavam ajoelhadas protestando contra o decreto. A publicação no facebook atraiu gente de toda espécie, fazendo comentários dos mais absurdos contra a Igreja e contra os católicos.


No comentário acima, o Guilherme, leitor do jornal, no Facebook, marcou o meu nome e o que ele disse me levou à resposta abaixo:

Em defesa dos fiéis que frequentam a Igreja dos Polacos



Guilherme, louco é alguém que sofre de distúrbio mental grave. É uma enfermidade que causa incapacidade mental de agir, de sentir ou de pensar de acordo com a realidade concreta, ou seja, é uma insanidade mental. Mas você está classificando um grupo de fiéis como sendo portadores dessa patologia pelo simples fato de que eles estão seguindo costumes que estão presentes na Igreja desde a sua origem.

Meu caro, você pode até não apreciar o costume tradicional da Igreja, porém não é justo que se refira a essas pessoas dessa maneira. 

Entre os bens exteriores, a fama e a honra são os mais preciosos e os mais caros. Quem tira injustamente a boa fama ao seu próximo, além do pecado que comete, está obrigado à restituição proporcionada à natureza, qualidade e circunstâncias da detração causada.

A maledicência é uma espécie de assassinato e o maledicente torna-se réu de um tríplice homicídio espiritual: o primeiro diz respeito ao próprio detrator e o segundo à alma da pessoa com quem ele fala; e o terceiro diz respeito à pessoa de quem se deturpa o bom nome. São Bernardo diz, por isso, que os que cometem a maledicência e os que a escutam tem o demônio no corpo; aqueles na língua e estes no ouvido, e David, falando dos maledicentes, diz: Aguçaram a sua língua como a das serpentes, querendo significar que, à semelhança da língua da serpente, que, como observa Aristóteles, tem duas pontas, sendo fendida no meio, também a língua do maledicente fere e envenena o coração daquele com quem está falando e a reputação daquele sobre quem se conversa.

Jamais devemos dizer uma coisa dessa de nossos irmãos. É nosso dever guardar-nos conscientemente de injuriar o próximo, de revelar os defeitos ocultos, de aumentar os já conhecidos, de interpretar mal as boas obras, de negar o bem que sabemos que alguém possui ou de atenuá-lo por nossas palavras; tudo isso ofende muito a Deus, de modo particular o que encerra alguma mentira, contendo então sempre dois pecados: o de mentir e o de prejudicar o próximo.

O uso do véu


Em sua fala você se refere ao “povo do véu”. Eu gostaria de fazer algumas considerações a respeito desse assunto.

O uso do véu, também chamado de mantilha, é costume da Igreja desde sua instituição. São Paulo indaga sobre essa questão em I Coríntios, 11:13: "Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher faça oração a Deus, não tendo véu?". Logo em seguida, do versículo 15 ao 16, São Paulo conclui: "é glória para a mulher deixá-los [os cabelos] crescer; porque os cabelos foram-lhe dados como véu (para se cobrir) e, se alguém quiser contestar (o que digo), (fique sabendo que) nós não temos tal costume, nem a igreja de Deus."


Perceba, meu caro, que se trata de uma questão de costume que já existia na origem da Igreja e que nunca foi abolido.

Há várias razões que aconselham o uso desse sacramental.

Quando uma mulher cobre sua cabeça na Igreja, simboliza sua dignidade e humildade diante de Deus. A mulher que cobre sua cabeça na presença do Santíssimo Sacramento está lembrando para si mesma que diante de Deus deve-se ser humilde.


Espero que a leitura não se torne cansativa, mas talvez você tenha essa má impressão por não compreender o valor desse sacramental ou também por uma outra razão que pretendo tratar mais adiante.

O véu cobre o que o Senhor, na Sagrada Escritura, chama de “a glória da mulher”: o seu cabelo. Cobrir seus cabelos é um gesto que a mulher faz espiritualmente para “mostrar” a Deus que reconhece que sua beleza é menor que a d'Ele e que a glória d'Ele está muito acima da sua, simbolizando assim sua vontade de manter-se velada para que só Deus seja glorificado. O véu simbolicamente motiva a mulher a “inclinar” a cabeça em oração, a abaixar o olhar diante da grande e misteriosa beleza e poder de Deus no Santíssimo Sacramento. Pela inclinação da cabeça e pelo abaixar dos olhos, ela está mais apta a adorar a Deus na capela interior do seu coração: sua alma.

O véu que a mulher usa confere-lhe um belo senso de dignidade. Quando ela o usa, identifica-se com a maior criação de Deus, a Bem-Aventurada e Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus.


As mulheres devem perceber que a imitação de sua Mãe Santíssima, pelo uso do véu e por outras virtudes, é um pequeno sacrifício a ser feito a fim de crescer na compreensão espiritual da fé, na submissão e no amor.

O piedoso uso do véu pela mulher na Igreja é um surpreendente lembrete de modéstia, edificante não só para quem o usa, mas também para todos os que o notam.

Na Liturgia, cobre-se delicadamente a dignidade de seus diversos elementos: o véu frontal que cobre o Sacrário, o véu que cobre o cálice e o cibório, a toalha branca que cobre o altar, a casula que cobre o sacerdote que oferece o Santo Sacrifício da Missa.

Assim é o véu que cobre a mulher, chamada a ser, pela Sagrada Comunhão, de forma especial, como a doce e bela Virgem Maria: Sacrário vivo do Corpo de Deus. Por fim, cumpre relembrar que o uso do véu pela mulher na Igreja é um costume de origem apostólica. Tais costumes têm força de lei para o Direito Canônico, ainda que o atual código silencie quanto à obrigatoriedade do uso.

Como funciona na prática?



Pode-se usá-lo como sacramental após recebida a devida bênção sacerdotal. Não há uma regra sobre a cor, mas costuma-se usar branco (ou outras cores mais claras) para as moças solteiras e preto (ou outras cores mais escuras) para as senhoras casadas ou viúvas. Os véus coloridos não são proibidos, mas deve-se usar de bom senso e evitar cores que chamem a atenção e distraiam os fiéis durante a Missa. O uso do véu é recomendado na recepção dos sacramentos, na visita ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia e na prática dos diversos atos de piedade e oração privados ou públicos.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus.” (§1670). O uso do sacramental não é essencial à salvação, mas um auxílio. 

Como disse acima, o Código de Direito Canônico não obriga mais as mulheres ao seu uso, porém é recomendado como uma prática de piedade.


É muito importante que um sacramental seja praticado pelas razões certas, ou seja, para o crescimento espiritual do praticante. Superstição, vaidade, nada disso são razões válidas para se usar o véu. 

Voltando ao conceito de sacramental, é importante a atitude honesta diante de Deus, e o uso honesto de coisas materiais, de modo a ordená-las para a finalidade de glorificar a Deus. O uso do véu tem a finalidade de levar a mulher a desenvolver atitudes próprias de humildade e adoração a Jesus, da mesma forma que o uso do escapulário é uma devoção que promove a piedade.

Por fim, a Igreja, mãe generosa, oferece vários meios de prover a essas necessidades espirituais através de suas muitas formas de devoção e uso dos sacramentais, que, se utilizados corretamente, levam o fiel à maturidade espiritual.

A Missa de Sempre



Você também comentou sobre o povo da “Missa de Sempre”. Aproveito a ocasião para discorrer sobre este assunto, que me parece bem oportuno.

A “Missa de Sempre” à qual você se refere é a missa que foi codificada pelo Papa São Pio V, durante o infalível Concílio de Trento, através da Bula “Quo Primum Tempore”, com publicação em 14.07.1570.

Por que ela é conhecida, entre outros nomes, como Missa de Sempre?


A Bula “Quo Primum Tempore” menciona a palavra “Sempre” 4 vezes e vou destacá-las, em caixa alta, com a frase onde ela se encontra para a melhor compreensão:

1. “E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro E PARA SEMPRE, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por Nós, em todas as Igrejas.”

2. “Quanto a todas as outras sobreditas Igrejas, por Nossa presente Constituição, que SERÁ VÁLIDA PARA SEMPRE, Nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao Nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado.”

3. “Além disso, em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa incorrer em nenhuma pena, sentença e censura, E ISTO PARA SEMPRE.”

4. “Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, MAS PERMANECERÁ SEMPRE firme e válida, em toda a sua força.”

Conforme acima exposto é possível compreender as razões pelas quais essa missa é também conhecida como “Missa de Sempre.

Sabemos que conservar o Rito Romano não é uma questão puramente de estética, de conservadorismo, mas de zelar pela natureza própria da Liturgia milenar, que remonta à comunidade primitiva. 


Ao aplicar a Constituição Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, assistido por uma comissão de cardeais, bispos e peritos (o Consilium ad exsequendam Constitutionem de Sacra Liturgia), criou uma nova edição do Missal Romano, promulgada com a Constituição Apostólica Missale Romanum de 3 de abril de 1969 e que entrou em vigor em 30 de novembro sucessivo, início do novo Ano Litúrgico. Com isso o novo missal tornou-se a forma ordinária para a celebração da Missa segundo o rito romano na Igreja pós conciliar.

Da esquerda para direita: Dr. George; Canon Jasper; Dr. Shephard; 
Dr. Konneth; Dr. Smith; e Irmão Max Thurian (de branco) 
ao lado do Papa Paulo VI (de branco).

Além dos membros da comissão que contribuíram com a elaboração do novo missal, houve o contributo ecumênico de seis pastores protestantes: Dr. George; Canon Jasper; Dr. Shephard; Dr. Konneth; Dr. Smith; e Irmão Max Thurian. Eles representavam as seguintes organizações: Conselho Mundial das Igrejas, Igreja da Inglaterra, Igreja Luterana e a Comunidade de Taizé.

Antes da publicação do "Novus Ordo Missae" (Novo Ordinário da Missa), o Missal Romano previa a celebração da Missa tridentina (Missa de Sempre), que era a forma ordinária do rito romano desde 1570. No entanto, é preciso ter bem presente que a Missa Tridentina não foi abolida e nunca foi proibida pela Igreja. O que aconteceu foi o surgimento de um novo missal a ser utilizado, por desejo do papa, mas sem a extinção do Missal de São Pio V. Aliás, o Papa Bento XVI através do Motu Proprio “Summorum Pontificum” tratou sobre essa questão.


“Quanto ao uso do Missal de 1962, como Forma extraordinária da Liturgia da Missa, quero chamar a atenção para o fato de que este Missal nunca foi juridicamente ab-rogado e, consequentemente, em princípio sempre continuou permitido.” (7 de julho de 2007 - Carta do Santo Padre Bento XVI aos bispos que acompanha o "motu proprio" Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia Romana anterior à reforma realizada em 1970)


Perceba que o Papa Bento XVI fala do Missal de 1962 e não do Missal de 1570. Trata-se da mesma missa, que tinha passado por uma pequena reforma no pontificado do Papa João XXIII.

Pode lhe parecer estranho o fato de surgirem jovens tão interessados nas antigas tradições católicas. Mas é salutar que veja isso com bons olhos, considerando que esses jovens estão buscando as riquezas que a Igreja tem disponível para a santificação de suas almas, ainda mais nos tempos de hoje, em que vemos um número assustador de pessoas que estão se desviando cada vez mais dos valores cristãos. 

O curioso é que em Ponta Grossa não existe nenhum sacerdote que reze regularmente a Missa Tridentina, mesmo tendo um número tão expressivo de fiéis que a desejam ardentemente. Fico pensando quanto bem faria à diocese ter uma capela onde os fiéis que apreciam essa missa pudessem ter a oportunidade de frequentá-la. Afinal de contas, que mal há em assistir uma missa que deu tantos santos para a Igreja ao longo dos últimos 4 séculos?

Mas e se houver algum problema? 


Problemas teremos sempre, pois o homem é cheio de vaidades, e por vezes pode aparecer uma coisa ou outra a ser resolvida, e para isso existe o bispo, cuja função é pastorear o seu rebanho. Pensando nisso, o Papa Bento XVI, na Carta aos bispos que acompanha o “Motu Proprio Summorum Pontificum” ressalta o seguinte: “Por conseguinte, nada se tira à autoridade do Bispo, cuja tarefa, em todo o caso, continuará a ser a de vigiar para que tudo se desenrole em paz e serenidade. Se por hipótese surgisse qualquer problema que o pároco não pudesse resolver, sempre poderia o Ordinário local intervir, mas em plena harmonia com quanto estabelecido pelas novas normas do Motu Proprio.”

O Papa Paulo VI no Decreto “Christus Dominus” sobre o múnus pastoral dos Bispos na Igreja, publicado em 28 de Outubro de 1965, diz o seguinte: 

“No exercício do seu múnus de pais e pastores, comportem-se os Bispos no meio dos seus como quem serve, como bons pastores que conhecem as suas ovelhas e por elas são conhecidos como verdadeiros pais, que se distinguem pelo espírito de amor e de solicitude para com todos, de modo que todos se submetam facilmente à sua autoridade recebida de Deus. Reúnam à sua volta a família inteira da sua grei e formem-na de tal modo que todos, conscientes dos seus deveres, vivam e operem em comunhão de caridade.

Para conseguirem este objetivo, os Bispos, «preparados para toda a obra boa» (2 Tim. 2,21) e «suportando tudo por amor dos eleitos» (2 Tim. 2,10), orientem a sua vida de maneira que ela corresponda às necessidades dos tempos.”

“Para poderem atender melhor ao bem dos fiéis, segundo a condição de cada um, procurem conhecer-lhes bem as necessidades, dentro das circunstâncias sociais em que vivem, recorrendo aos meios convenientes, sobretudo à investigação social. Mostrem interesse por todos, de qualquer idade, condição ou nacionalidade que sejam, quer pelos naturais da terra, quer pelos adventícios e peregrinos. No exercício desta solicitude pastoral, respeitem a parte que pertence aos seus fiéis em matéria eclesiástica, reconhecendo-lhes também a obrigação e o direito de colaborar ativamente na edificação do Corpo místico de Cristo.”

Minha resposta se tornou demasiadamente longa, porém necessária para esclarecer alguns pontos. Não gostaria de me estender demais, porém ainda tenho algumas coisas que gostaria de comentar e tentarei ser breve, para encerrar com uma reflexão de Pio XII.

Sobre o modo de receber a Santa Eucaristia


Em 25 de março do 2004 a Congregação Para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, por ordens do Papa João Paulo II, a Instrução "Redemptionis Sacramentum" Sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia.

Nesse documento está determinado o seguinte:

«Os fiéis comunguem de joelhos ou de pé, de acordo com o que estabelece a Conferência de Bispos», com a confirmação da Sé apostólica. «Quando comungarem de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o Sacramento, a devida reverência, que devem estabelecer as mesmas normas».

«Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber». Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.»

«Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde a Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.»

«A bandeja para a Comunhão dos fiéis se deve manter, para evitar o perigo de que caia a hóstia sagrada ou algum fragmento.»

«Não está permitido que os fiéis tomem a hóstia consagrada nem o cálice sagrado «por si mesmos, nem muito menos que se passem entre si de mão em mão». Nesta matéria, além disso, deve-se suprimir o abuso de que os esposos, na Missa nupcial, administrem-se de modo recíproco a sagrada Comunhão.»

Creio que com as diretrizes expostas acima, não ficará dúvidas quanto ao modo de receber a Sagrada Comunhão.

Conforme eu disse acima, não pretendia tornar tão longa esta missiva, mas ainda faltam 4 pontos e eu tentarei abreviar as palavras.

Conservadores e Monarquistas

Em Mateus 11, 28-30, Jesus diz: «Vinde a mim, vós todos que estais aflitos, e Eu aliviar-vos-ei [...] Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis o repouso para as vossas almas» (vv. 28-29). Perceba que Nosso Senhor está disposto a receber todos aqueles que queiram aproximar-se dele. 

Aqui você trouxe um assunto que demandaria muito tempo e que não é o caso nesse momento, então eu serei breve.


Sobre Monarquia, república e Religião, o Papa Leão XIII deixou claro, ao falar das diversas formas de governo, que "cada uma delas é boa, desde que saiba caminhar retamente para seu fim, a saber, o bem comum, para o qual a autoridade social é constituída".


Muitos acusam a Monarquia como sendo uma forma essencialmente incompatível com a dignidade humana e a ordem normal das coisas. É o erro condenado por São Pio X na Carta Apostólica “Notre Charge Apostolique”, de 25 de agosto de 1910. Nela censura o grande e santo Pontífice a tese do movimento "Sillon", de que "só a democracia inaugurará o reino da perfeita justiça", e exclama: "Não é isto uma injúria às outras formas de governo, que são rebaixadas, por esse modo, à categoria de governos impotentes, aceitáveis à falta de melhor?".


“Sem este erro, inviscerado no processo de que falamos, não se explica inteiramente que a monarquia, qualificada pelo Papa Pio VI como sendo em tese a melhor forma de governo – "praestantioris monarchici regiminis forma --, tenha sido objeto, nos séculos XIX e XX, de um movimento mundial de hostilidade que deu por terra com os tronos e as dinastias mais veneráveis. A produção em série de repúblicas para o mundo inteiro é, a nosso ver, um fruto típico da Revolução, e um aspecto capital dela.”, afirmou Plínio Corrêa de Oliveira.


“Desse ódio antimonárquico e antiaristocrático, nascem as democracias demagógicas, que combatem a tradição, perseguem as elites, degradam o tonus geral da vida, e criam um ambiente de vulgaridade que constitui como que a nota dominante da cultura e da civilização, ... se é que os conceitos de civilização e de cultura se podem realizar em tais condições.” (Plínio Corrêa de Oliveira).

O próprio Papa Pio XII se pronunciou sobre a democracia, mas uma democracia que diverge completamente desta democracia revolucionária:


"Segundo o testemunho da História, onde reina uma verdadeira democracia a vida do povo está como que impregnada de sãs tradições, que é ilícito abater. Representantes dessas tradições são, antes de tudo, as classes dirigentes, ou seja, os grupos de homens e mulheres ou as associações, que dão, como se costuma dizer, o tom na aldeia e na cidade, na região e no país inteiro.”

Lembrando que socialismo e capitalismo não são formas de governo, mas sistemas econômicos. O socialismo é totalmente condenado pela Igreja. O capitalismo é tolerado pela Igreja porque ainda nele se permitem dois valores:

1. O direito de propriedade particular;
2. A livre iniciativa.

Mas a Igreja condena no liberalismo econômico nos seguintes pontos:

1. A separação entre economia e moral;
2. A livre concorrência absoluta.

Há só três formas de governo, todas as três aceitáveis pela Igreja:

1. A Monarquia;
2. A Aristocracia;
3. A Democracia.

Mas, como dizia um velho professor de história:
“Nenhuma dessas três formas de governo, de per si, solucionaria os problemas do mundo atual, porque essas formas de governo seriam remédios políticos, enquanto a crise atual é religiosa e moral. Só um remédio religioso e moral pode resolver a atual crise do mundo. Só a Igreja Católica pode salvar o mundo, hoje. Só um Papa santo pode curar as chagas do mundo contemporâneo.” Portanto, rezemos pelo Papa, rezemos pela Igreja!

Terço na Praça

Este é um ponto que não precisaria comentar, mas é oportuno apresentar um esclarecimento.
 
O terço é uma oração católica. Se estamos vivos e a religião católica ainda existe, foi à custa do sangue de muitos mártires que perderam a vida pelo simples fato de anunciar Nosso Senhor Jesus Cristo, professar a fé católica e rezar. 

Religioso Arrogante

Há um santo livrinho que se chama Imitação de Cristo. É uma obra da literatura devocional, de Tomás de Kempis, publicada no século XV. Seu texto é um auxiliar à oração e às práticas devocionais pessoais. Alguns o consideram um dos maiores tratados de moral cristã. A “Imitação de Cristo” é talvez a obra devocional cristã mais amplamente lida depois da Bíblia. 

Muitos santos se beneficiaram com a leitura desse piedoso livrinho, como por exemplo o próprio Santo Inácio de Loyola no tempo em que esteve em uma gruta em Manresa, que o ajudou a conceber os Exercícios Espirituais Inacianos.

Eu vou deixar uma reflexão extraída desse livrinho para você meditar, mas antes quero lhe dizer que essa situação de desagrado com o religioso, também se encaixa no início do meu texto, sobre a caridade e a maledicência. Então, em primeiro lugar é importante sempre buscar resolver essas dificuldades com caridade. Se uma conversa com o religioso não resolver, então procure tratar com o superior dele. Se não resolver, então reze por ele e não perturbe a tua paz de espírito com isso. Somos homens e somos imperfeitos, por isso o que importa é buscarmos as graças necessárias, pela misericórdia de Deus, para sermos melhores a cada dia. O religioso em questão eu não sei quem é, pois não frequento a capela. Eu sou um simples leigo, nem teria condições para contribuir na solução de qualquer problema nessa área. Mas saiba que ele é um ser humano como eu e você e têm falhas, assim como nós temos. Por isso ao invés de trazer isso a público, procure resolver pessoalmente com ele, de modo cristão e caridoso, e se não resolver, como eu disse, procure evitar estar perto dele. Afinal de contas, por mais que nós devemos amar o nosso próximo, essa lei divina não nos obriga a conviver com o próximo 24 horas por dia, não é mesmo? A não ser que esse próximo seja alguém que more conosco, aí é uma outra situação.

Do suportar os defeitos dos outros

“Aquilo que o homem não pode corrigir em si mesmo ou nos outros, deve suportá-lo com paciência, até que Deus ordene de outro modo. 
Considera que talvez seja melhor assim, para provar a tua paciência, sem a qual os teus méritos têm pouco valor.
Portanto, deves pedir a Deus que te ajude a vencer esses obstáculos, ou a suportá-los com resignação.
Se alguém, depois de uma ou duas advertências, não se emendar, não contendas com ele; antes encomenda o caso a Deus, que sabe tirar o bem do mal, a fim que seja feita a sua vontade, e que Ele seja glorificado em todos os seus servidores.
Aplica-te a suportar com paciência os defeitos e as imperfeições dos outros, quaisquer que sejam, porque também tens muitas que os outros têm de suportar.
Se tu não consegues ser como querias, como pretendes que os outros sejam como tu desejas?
Nós gostamos que os outros sejam sem defeitos, mas nós não corrigimos os nosso.
Nós queremos que os outros sejam corrigidos com rigor, mas nós não queremos ser repreendidos.
Nós ficamos chocados se dão aos outros demasiada liberdade, mas nós não queremos que nos recusem nada.
Nós queremos que os outros estejam sujeitos à disciplina, mas nós não suportamos que nos limitem em coisa nenhuma.
Donde se vê claramente como é raro nós usarmos a mesma medida para nós e para os outros.
Se todos fôssemos perfeitos, que teríamos então que sofrer dos outros, por amor de Deus?
Ora, Deus ordenou que fosse assim para que nós aprendamos a «carregar o fardo uns dos outros» (Gl 6, 2), porque cada um tem o seu fardo; ninguém é sem defeitos, ninguém se basta a si próprio; ninguém é suficiente sábio para se conduzir sozinho; mas temos que nos suportar, nos consolar, nos ajudar, nos instruir, nos admoestarmos mutuamente.
É na adversidade que se vê melhor a virtude de cada um.
Porque as ocasiões não tornam o ser humano fraco, mas mostram o que é que ele realmente é.”
(Imitação de Cristo - Tomás de Kempis)

Tradicional x Rabugento

O último ponto que desejo tratar é o seguinte: Além dos costumes tradicionais que talvez você possa estranhar na conduta de algumas pessoas, é possível que tenha presenciado algum comportamento de pessoas rabugentas, ranzinzas. Imagine só, um jovem que vive de cara amarrada, que não fala outra coisa a não ser sobre leis, regras, protocolos, e não sabe nem dar um sorriso ou ser gentil com quem não têm o mesmo costume que ele. Veja meu caro, em todos os lugares nós encontramos pessoas com esse tipo de comportamento. E isso independe de religião, cor, partido, etnia, etc. Isso é próprio da fraqueza humana. 

Não podemos condenar todo um grupo de pessoas só porque ali têm um ou outro que não possui um comportamento exemplar. A Igreja é composta por homens, que são falhos, porém ela é santa por sua origem, constituição e corpo doutrinal. A Igreja nos aponta o caminho até o céu. E olha, ela é exatamente para nós, que somos tão miseráveis e fracos e que tanto ofendemos a Deus com nossos pecados do dia a dia. Então, procure olhar para essas pessoas com outra perspectiva. 

Às vezes nós vemos uma pessoa rabugenta e achamos que é merecedora de todo tipo de injúria e indignação, sendo que na verdade o que pode estar por trás daquele mau humor é um ser humano frágil, com uma história dolorosíssima, que carregou um fardo pesado e o levou sozinho por muito tempo, sem receber o apoio de quem estava ao seu lado, apoio que talvez poderia representar algumas mínimas gotas de alívio à dor que estava enfrentando, mas que já seria algo grandioso para quem estava quase desistindo da própria vida.

Então, meu caro, o que é tradicional ou conservador não significa ser arcaico, bruto, com cheiro de mofo ou coberto de poeira, tampouco que aquilo represente autoritarismo no pior sentido da palavra, falta de respeito, desumanidade ou loucura. 

Monte Saint-Michel

Um conhecido escreveu um belo texto que eu gostaria de adaptar para que você possa compreender melhor sobre o significado de Tradição.

"Tradição vem de tradére, que é transmitir. A tradição é a transmissão do que vem do passado. Mas a tradição não é para nós o que é, por exemplo, para o índio. O hábito do índio em usar o cocar, para ele é tradição. Para nós tradição não é isso só. Pela tradição, nós recebemos no fundo da alma um lampejo da Igreja, um luzimento da Luz de Cristo, ou Lumen Christi.

A Igreja é para nós uma espécie de Céu na Terra. Olhando-a e contemplando-a, a gente se sente convidado para entrar numa espécie de Céu da alma nesta Terra.

Peguemos como exemplo a sociedade medieval que, mesmo nos seus aspectos temporais mais ínfimos, tocando até no prosaico, tinha algo do Céu na Terra. Por isso uma ogiva, um vitral, uma torre de castelo, uma batalha, a armadura de um cavaleiro, etc., etc., parecem ter algo de celeste.

A Idade Média expirante deixou, entretanto, veios disso. Estes veios a Revolução igualitária e sensual foi extenuando e empobrecendo, empobrecendo, empobrecendo, até nossos dias. Porém, essa cintilação do Céu brilhando na Cristandade é a única influência que pode criar o ambiente plenamente adequado e próprio ao homem, onde ele se sente aconchegado e elevado. Esse brilho não é o único alimento para a vida espiritual: há em primeiro lugar os sacramentos. Mas, para viver a vida terrena com espírito de Fé precisamos do alimento desse Lumen Christi que recebemos por obra da graça através da ordem cristã, a Cristandade. Ele é tão necessário para a alma, que se o homem se desinteressa desse Lumen Christi na ordem temporal, para se ocupar só de sua vida espiritual individual, ele se auto-liquida." 
(Luis Dufaur)


Origem da discussão e conclusão


Por fim, o assunto que trouxe toda essa discussão, foi a publicação tendenciosa e maldosa por parte de “aRede” que, na foto de capa, colocou uma fotografia na qual um grupo de fiéis apareciam ajoelhados em frente à Igreja como se estivessem protestando, sendo que essas pessoas só tinham se ajoelhado ali porque receberam a Sagrada Eucaristia. Tudo isso trouxe inúmeros ataques, partindo não somente de alguns católicos, mas de inimigos da Igreja e da cristandade. Tudo o que não precisamos neste momento é de desunião. Vivemos tempos sombrios e não sabemos o que nos aguarda pela frente. E isso não tem a ver somente com a pandemia do momento, mas também com a grave ameaça às liberdades individuais. Cenários perigosos estão se desenhando e o desfecho poderá atingir gravemente a todos nós. Então, precisamos de união e sobretudo, de nos voltarmos mais a Deus.


Encerro com alguns extratos retirados da Carta Encíclica "Meminisse Iuvat" do Sumo Pontífice o Papa Pio XII, publicada em 14 de julho de 1958:
“No momento presente, se finalmente se acalmou o embate bélico dos povos, todavia ainda não reina a justa paz, nem a veem os homens consolidar-se num entendimento fraterno; circulam, com efeito, germes latentes de discórdia, que de vez em quando irrompem ameaçadoramente, e mantêm os ânimos em ansiosa trepidação, tanto mais quanto as espantosas armas, ora descobertas pelo engenho humano, são de tamanha expressão, que podem arrasar e submergir no extermínio universal não só os vencidos, mas também os vencedores e a humanidade inteira.

Mas, se com ânimo pensativo examinamos as causas de tantos perigos, presentes e futuros, facilmente vemos que as decisões, as forças e as instituições dos homens são inevitavelmente destinadas a falhar sempre que ou é descurada, ou não é colocada no seu justo lugar, ou é positivamente suprimida a autoridade de Deus – que ilumina as mentes com os seus mandamentos e as suas proibições, e que é princípio e garantia da justiça, fonte da verdade e fundamento das leis. Toda casa que não se apóia numa base sólida e segura rui; toda inteligência que não é iluminada pela luz de Deus afasta-se mais ou menos da plenitude da verdade; surgem as discórdias, aumentam, avolumam-se, se a caridade fraterna não afervora os cidadãos, os povos e as nações.

Ora, só a religião cristã ensina essa verdade plena, essa justiça perfeita e essa caridade divina que elimina ódios, animosidades e lutas; de fato, só ela as recebeu em custódia, do divino Redentor, caminho, verdade e vida (cf. Jo 14, 6), e com todas as forças deve fazê-las pôr em prática. Não há dúvida, então, de que aqueles que querem deliberadamente ignorar a religião cristã e a Igreja católica, ou que se esforçam por lhes opor obstáculos, por desconhecê-las, por submetê-las, enfraquecem com isso as bases da sociedade, ou as substituem por outras que absolutamente não podem sustentar o edifício da dignidade, liberdade e bem-estar humanos.

Necessário é, portanto, voltar aos preceitos do cristianismo, se se quiser formar uma sociedade sólida, justa e equitativa. É prejudicial, é imprudente entrar em conflito com a religião cristã, cuja duração perene é garantida por Deus e provada pela história. Reflita-se em que um estado, sem a religião, não pode ter nem retidão moral nem ordem. A religião é que faz com que as almas sejam formadas na justiça, na caridade, na obediência às leis justas; ela condena e proscreve o vício; induz os cidadãos à virtude; antes, rege-lhes e regula-lhes a conduta pública e privada; ensina que a melhor distribuição da riqueza não se obtém pela violência e pela revolução, mas mediante normas justas, de modo que o proletário que ainda não tenha os meios de vida necessários e oportunos pode ser elevado a uma condição mais decorosa, com feliz solução para as dissensões sociais; desse modo ela traz um eficaz contributo à boa ordem e à justiça, se bem que não tenha sido instituída unicamente para proporcionar e aumentar as comodidades da vida.

Tornando, pois, a pensar em tais coisas com aquela disposição de ânimo que nos coloca acima das disputas humanas, e que nos faz amar paternalmente os povos de todas as raças, duas coisas se nos antolham e nos proporcionam intensas angústias e preocupações. De fato, de um lado vemos que em não poucos países os preceitos cristãos e a religião católica não são tidos na necessária consideração. Turbas de cidadãos, especialmente do povo menos instruído, com facilidade são atraídas por erros amplamente divulgados e, não raro, revestidos da aparência da verdade; as lisonjas e os incentivos do vício, que com influxos nefastos perturbam os ânimos, por meio de publicações de todo gênero, de espetáculos cinematográficos e de televisão corrompem especialmente a juventude incauta. Muitos escrevem e difundem as suas obras não para servirem à verdade e à virtude, e nem para proporcionarem um justo passatempo aos leitores, mas sim para, com objetivo de lucro, lhes excitarem as turvas paixões; ou para ofender e enlamear com mentiras, calúnias e ofensas tudo aquilo que é sagrado, nobre e belo. Muitas vezes - é doloroso dizê-lo - a verdade é deturpada; e dá-se público relevo a coisas falsas e vergonhosas. Não há, pois, quem não veja quanto mal daí promane para a própria sociedade, e quanto dano para a Igreja.

Por outro lado, com suma dor do nosso coração de Pai vemos que a Igreja católica, de rito quer latino quer oriental, em não poucas nações é oprimida por graves vexames; põem-se os fiéis e os ministros do culto, senão com palavras, certamente com os fatos, em face deste dilema: ou abster-se de professar e difundir publicamente a sua fé, ou sofrer danos, mesmo graves. Muitos bispos já foram expulsos da sua Sé ou impedidos de exercer livremente o ministério, ou aprisionados, ou mandados para o exílio. Numa palavra, tenta-se temerariamente fazer verificar o dito: "Ferirei o pastor e o rebanho será dispersado" (Mt 26, 31; cf. Zc 13, 7).

Além disso, os jornais, as revistas, as publicações católicas são quase totalmente silenciadas, como se a verdade fosse domínio e arbítrio exclusivo de quem manda, e como se as ciências divinas e humanas e as artes liberais não tivessem o direito de ser livres, para poderem florescer em proveito do bem público.

As escolas, outrora abertas pelos católicos, são vedadas e abolidas; no lugar delas foram instituídas outras, que ou absolutamente não ministram as noções de Deus e da religião, ou proclamam e difundem as máximas do ateísmo, coisa que sucede frequentemente.

Os missionários, que, tendo abandonado sua casa e a doce terra natal, haviam suportado graves e numerosos incômodos para propiciarem aos outros a luz e a força do evangelho, têm sido expulsos de muitos lugares, como indivíduos nocivos e perigosos; destarte, o clero que fica, desigual em número em confronto com a extensão territorial, e não raro mal visto e perseguido, não pode prover às exigências dos fiéis.

Com dor vemos que às vezes são espezinhados os direitos da Igreja, só à qual compete, sob o mandato da Santa Sé, escolher e consagrar os Bispos destinados a governarem legitimamente o rebanho cristão; e isso sucede com grande dano para os fiéis, como se a Igreja católica fosse coisa interna de uma só nação, dependente da autoridade civil, e não uma instituição divina, e destinada a acolher todos os povos.

Malgrado essas graves e dolorosas angústias, há todavia alguma coisa que dá grande conforto ao nosso coração de Pai. Sabemos, com efeito, que a maior parte dos fiéis de rito latino e oriental permanecem, com todas as forças, apegados a fé avoenga, conquanto estejam privados daqueles auxílios espirituais que os seus pastores poderiam administrar-lhes se de tal não estivessem impedidos. Continuem eles, pois, com coragem, e tornem a pôr a sua esperança naquele que conhece o pranto e os sofrimentos dos que "sofrem perseguição por amor da justiça" (Mt 5, 10); Ele "não faz tardar demais a sua promessa" (2 Pd 3, 9), mas consolará seus filhos com justo prêmio.”

Que Deus abençoe você, sua família e todos que você ama.

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