sábado, 28 de janeiro de 2017

São Pedro Nolasco, Confessor

28/01 Sábado
Festa de Terceira Classe 
Paramentos Brancos
A Visão de São Pedro Nolasco - por Francisco de Zurbaran, 1629


Nasceu 1190 no século XII Condado da Provença, no sul da França. Seu pai, de origem anglo-normanda, chama-se Guillaume de Bigot (era filho de Hugh Bigot, 1º conde de Norfolk). Sua mãe, de origem italiana, chama-se Catarina, e era descendente de Filipe I de França através dos Saint-Gilles. Sua mãe provinha de Nola, Itália, donde o santo recebeu o nome.

Desde pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem.Os pais constatavam com muita satisfação, que ao desenvolvimento físico do filho, correspondia igual progresso moral. Era admirável a terna compaixão que Pedro, criança ainda, revelava pelos pobres. O Aspecto da miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, haviam de dar-lhe esmolas para os pobres. Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que dos pais recebia. Com o maior cuidado guardava o tesouro da pureza do coração, e todo o seu desejo era poder servir a Deus do modo mais perfeito. Daí a fuga de tudo que pudesse desagradar a Deus, ou ser um perigo para a sua alma. Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres.

No período de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos escravos por povos não-cristãos.A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que alastrou-se pelo país). Para evitar qualquer contato com os hereges, Pedro associou-se ao conde Simão Monfort, comandante do Exército Católico. Com ele mudou-se para a Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão.

Ofereceu-se-lhe ocasião de observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que, caridosamente contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos.

Em primeiro de agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra e emitiu os três votos, de pobreza, castidade e obediência, acrescentando o quarto, de sacrificar os bens e a própria liberdade, se necessário fosse, pela redenção dos cativos. Do bispo Berengário, de Barcelona, recebeu estes seus votos.São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve gratíssimo acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito.A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.Grande desejo tinha tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.Os últimos anos de sua vida foram-lhe amargurados pela impossibilidade de trabalhar. Sentindo-se ao fim da peregrinação terrena, reuniu todos os religiosos de sua Ordem, para lhes dar os últimos conselhos e a bênção. As últimas palavras que disse, foram: "Eu vos louvarei, Senhor, porque a salvação trouxestes ao povo". São Pedro Nolasco morreu em 25 de dezembro de 1256.    

Leitura da Epístola

São Paulo Apóstolo aos I Coríntios 4,9-14.
9 Porque, ao que parece, Deus nos tem posto a nós, apóstolos, na última classe dos homens, por assim dizer sentenciados à morte, visto que fomos entregues em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. 10 Nós, estultos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo! Nós, fracos; e vós, fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados! 11 Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. Somos esbofeteados, somos errantes, 12 fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; caluniados, consolamos! 13 Chegamos a ser como que o lixo do mundo, a escória de todos até agora... 14 Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como meus filhos muitos amados. 

Sequência do Santo Evangelho

São Lucas 12,32-34
32 Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. 33 Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói. 34 Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.


Ilustração: Retirada do site de Jesse Waugh. Obra de Francisco de Zurbarán (1598–1664)  - A Visão de São Pedro Nolasco - 1629 - Museu do Prado - Madrid.

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